terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A ausência de Pelé

A pergunta que mais foi feita nesse 23 de setembro é: “Uai? Pelé não vinha?”. Se a prefeitura já havia divulgado sobre a possibilidade de Pelé vir visitar sua cidade natal, por que ele não veio?
Eu vou responder. E responder com outra pergunta: “- Pelé vir aqui pra fazer o que? Ficar no palanque assistindo ao desfile, rodeado por políticos e candidatos a políticos, sedentos por uma foto com o Rei? Vir aqui fazer o que? Sentar no banco daquela praça sem palmeiras, conhecer nossos pontos turísticos (temos?), comer pastel no Chinês, participar do “Baile da Primavera” e percorrer a cidade na serenata cantando “que saudade da professorinha”? É por isso que queriam que ele viesse?”.
Não , meus amigos: Pelé tem muito mais o que fazer da vida dele. Não que as coisas que citei acima não tenham importância. Até tem: mas para nós. Não para um mito vivo, o homem mais famoso, saudado e homenageado do planeta. Vir aqui só “pra isso”, realmente não dá. Ele viria sim, mas se tivesse algo de concreto, de grandioso e de real valor. Trazer o conterrâneo de volta a terra natal, 27 anos desde sua última vinda aqui, para somente “enfiá-lo” num palanque, é realmente “o fim da picada!”.
Quando em 08 de maio deste ano estivemos oficialmente com Pelé em São Paulo, o mesmo manifestou grande interesse em vir aqui nesse 23 de setembro, lançar a pedra fundamental da casa onde ele nasceu. Quatro meses e meio atrás... Exatos 139 dias! Prazo mais do que suficiente para (se a prefeitura quisesse) construir a casa e não somente “lançar a pedra fundamental”. Mas a atual administração ficou esperando a tal verba do Ministério do Turismo. A verba veio e foi embora “temporariamente” por falha na licitação, e não “correram atrás” de alternativas, algo como parcerias com construtoras e empresas.
139 dias e nem a pedra fundamental conseguiram fazer. Então te pergunto: o que Pelé viria fazer aqui? Pose para fotos? Só isso?
Levamos 27 anos para reaproximar Pelé da cidade e o que temos para homenageá-lo? NADA!
Não: ele não merece esse atestado de incompetência e descaso.                                                      27 anos e nada de Casa, nada de Museu, nada de reforma da praça (sim, a Praça Pelé virou um NADA, palco de placas informativas e até outra que ninguém sabe o que significa). O tricordiano Pelé merecia o mínimo nesse 23 de setembro, e nem o mínimo conseguiram fazer. A prefeitura não pensou - e nem agiu – com grandeza. Tratou Pelé como mais um e...vento!
Segundo a secretária de Estado de Desenvolvimento Social – a também tricordiana Ana Lúcia Gazolla – a administração está pensando e agindo pequeno em relação a Pelé. A cidade (lê-se Prefeito) precisa pensar e agir GRANDE. E URGENTE!
Nunca – em toda essa problemática de mais de 30 anos que é Prefeitura x Pelé, nunca a cidade esteve TÃO próxima do Rei. E mais uma vez, deixou a possibilidade escapar.
Um dia, quem sabe um dia, ainda farão algo por ele. Espero que não o convidem apenas para lançar pedra fundamental e muito menos reformar a pracinha Coronel José Martins (que tem o apelido de Praça Pelé). Que tragam Pelé SIM, mas para homenagens e uma programação grandiosa e digna.
Quem tem que “fazer graça” somos nós e não Pelé. Afinal, ele APENAS nasceu aqui e saiu menino, com apenas três anos de idade. Se muitos dos que aqui vivem não fazem NADA para melhorar a cidade, por que cobrar dele Pelé, que apenas nasceu aqui?
Pelé não veio desta vez. E a culpa não é dele, não é minha e nem sua, caro leitor! Mais uma vez a administração pública não deu a importância que o assunto pedia. E o pior: foi divulgada na imprensa a possibilidade de Pelé vir (afinal, ELE que manifestou esse interesse) e mesmo sabendo que ele não viria, a prefeitura não divulgou a sua ausência. Muitos do que foram a avenida no 23 de setembro pra ver o conterrâneo, acreditaram que Pelé viria. Voltaram decepcionados para casa, e o pior: falando mal do conterrâneo ilustre. Mas POR FAVOR: Pelé não tem culpa dessa ausência. Ele só não veio por que nem pedra fundamental tinha para ele inaugurar. E a vida “do cara”, é uma correria internacional! E vir por vir, isso ele não faria mesmo!
Há 16 anos venho “Peléjando” com os políticos para que eles ACORDEM com o turismo Pelé. Não foi dessa vez AINDA! Não entendo por que eles não fazem. Aliás, até entendo, mas isso é assunto para outro dia.
Assim como você, também estou indignado e frustrado com a ausência do Rei. Mais uma vez imploro: não culpem Pelé.

Fernando Ortiz
16 anos nessa Peleja!

Faz de conta!


Faz de conta que Pelé nasceu em Varginha: dia 23 de outubro, data que o Rei do Futebol e sua família REALMENTE consideram como o seu aniversário, foi um dia de intensas atividades naquela cidade.
A prefeitura de Varginha divulgou em toda a imprensa nacional, a programação de todo o dia, que comemorou o aniversário do varginhense ilustre.
Sete horas da manhã: alvorada festiva com salva de tiros de canhão, com a presença da
Escola de Sargentos das Armas da vizinha e pequenina Três Corações. Às nove da manhã, na Avenida Rei do Futebol, grandioso desfile com a presença do homenageado e seus familiares. Presenças confirmadas: Esquadrilha da Fumaça, Banda Marcial dos Fuzileiros Navais, Banda Marcial do Corpo dos Bombeiros do Rio de Janeiro, fanfarras de todas as cidades da região, carros alegóricos contando a história do Rei Pelé. Finalizando o desfile, Pelé desceu a avenida no caminhão do corpo dos bombeiros saudando todos os varginhenses conterrâneos.
Após o desfile, na Praça Pelé, brinquedos e presença do Circo do Beto Carreiro, com a entrega dos prêmios para o Concurso “Pelé é meu Rei”, para todos os estudantes do município.
Às 10 horas, partida de futebol no Estádio Rei Pelé entre Santos F.C. x Varginha Esporte Clube. O pontapé inicial ficou por conta do homenageado. Em seguida, apresentação dos times que compõem a Escola Dondinho de Futebol Infantil. Às 14 horas, inauguração da ala virtual do Museu Pelé, patrocinada pela Sony Internacional. Às 15 horas, foi a vez de Dona Celeste inaugurar a Escola de Música “Meu Canto”, que fica ao lado da casa que foi reconstruída HÁ ANOS ATRÁS e que agora conta com o patrocínio da Nestlé, que faz a manutenção da mesma e que também manterá a Escola de Música.
De volta ao estádio Rei Pelé, às 16 horas foi a hora do Festival de Balões, uma realização da Federação Internacional de Balonismo. No estádio, inúmeras barracas comercializaram o extenso artesanato local, alusivos ao Rei. No decorrer do dia, inauguração dos telefones públicos e pontos de ônibus em formato de bola de futebol. Sem contar com as etapas nacionais e internacionais de mountain bike, voleibol, futsal, ginástica olímpica, atletismo que foram realizadas no arborizado e ativo Parque Dondinho e as provas de natação, que aconteceram no Parque Aquático Camisa 10!
Já preparada para a Copa de 2.014, Varginha inaugurou a área internacional de seu aeroporto. Às 18 horas, a família Arantes do Nascimento inaugurou o Complexo Pelé, composto pelo Centro de Convenções e pelo Memorial Pelé. Somente para essas duas obras, a prefeitura, inteligente e rápida que é, conseguiu o patrocínio de R$2.000.000,00!
Já às 20 horas, no Teatro Atleta do Século, grande show com a presença da Filarmônica do Rio de Janeiro, e as participações especiais de Maria Bethânia, Chitãozinho e Chororó, Djavan e do internacional Andrea Bocelli. Terminada essa apresentação, a população foi convidada para o grande show – com entrada franca - no estádio Rei Pele, com a presença dos maiores nomes da música popular brasileira. O show durou duas horas e meia, finalizando com uma mega queima de fogos, ao som da orquestra filarmônica do estado de Minas Gerias e participação da Escola de Samba Unidos da tijuca, campeã do carnaval 2.010.
Durante todo o dia, todas as emissora do país transmitiram flashes ao vivo dos eventos. Presença também de diversas emissoras internacionais. À noite, Fátima Bernardes transmitiu ao vivo para o Jornal Nacional.
Pois é: esta seria a comemoração do aniversário de Pelé se ele tivesse nascido em Varginha.
Aqui, onde ele realmente nasceu, NADA (N.A.D.A) aconteceu. Nem desfiles, nem inaugurações, nada de nada. Penduraram uns panos na Casa da Cultura e mais nada.
E ainda querem nos fazer acreditar que a cidade está se preparando para a Copa de 2.014. Já que não tivemos comemorações aos 70 anos de Pelé, e que nos resta é rezar e pedir aos céus que iluminem nossos administradores e que eles consigam fazer algo, nem que seja o mínimo. Que sejam isentos de vaidades e que caiam na real, pois, administrações passam, e Pelé, Pelé é eterno. Espero que até o centenário de Pelé, pelo menos alguma pedra fundamental seja lançada para homenagear o conterrâneo ilustre. Que essa onda de euforia que ronda esses 70 anos com televisões e imprensa do Brasil inteiro que aqui vieram para saber sobre o Rei, não se perca com o tempo!
Desculpe, Pelé. Em nome de grande parte da população, tenho vergonha do que não fizeram, não fazem e não deixam outros fazerem por você aqui.

Fernando Ortiz, há 16 longos anos Peléjando... Peléjando...