Achei que alguém iria escrever ou falar nas rádios, mas pelo que sei ninguém se manifestou a respeito: o carnaval preparado para “os populares” ao lado do Ginásio Pelezão (EX-Vilelão) foi um fiasco. Foi péssima a atitude de colocar o povão pra se divertir literalmente a céu aberto, num pasto de grama e com o tempo chuvoso. Desde antes de começar a folia carnavalesca, já se notava que o carnaval que a prefeitura preparava para “o povão” (ou povinho, ou povo, ou galera, ou geral, ou a massa, ou sei lá o que...) seria um desastre. Uma falta de atenção e cuidado para a grande parte da população que, assim como eu, gosta de baile carnavalesco com banda, que ouve samba e músicas de carnaval, mas que também gosta dos axés, pagodes, funks e os hits “vou-não, quero-não, posso-não ” da vida. Fomos cruelmente prejudicados com esse espaço carnavalesco preparado para nós. Achei que fossem providenciar pelo menos uma enorme lona de circo, ou então tendas assim como as diversas espalhadas na praça central. Não: ficamos exposto ao tempo. Lastimável! No primeiro dia de carnaval, não ouve baile: o público, em forma de protesto, não compareceu pra se divertir naquela situação humilhante. Nos outros três dias, o público era bem pequeno melhorando somente na terça feira, último dia do carnaval. Eu estava lá: uma judiação. Como não tinha outro jeito, o negócio era dançar na lama. E só no outro dia fui perceber : a lama fedia!
Durante todos os dias de carnaval e ate hoje, chegam a mim inúmeras pessoas que se sentiram humilhadas com essa festa popular preparada pela prefeitura no Parque Dondinho. Muita gente - mas muita gente mesmo – se manifesta inconformada com o descaso.
Um mês antes do carnaval TODOS já sabíamos que a festa seria embaixo d’água: por quer então não fizeram no estádio de futebol - como já foi feito anos atrás - com lona de circo, seguranças, decoração e tudo o mais? Já que dentro do ginásio não pode haver festa por causa do piso novo, por que então não colocar o palco na porta do ginásio, de frente pra rua e o povo “rasgando” no meio do asfalto? Mesmos que não tivesse cobertura e ficássemos na chuva, pelo menos o piso é mais resistente do que aquele pasto fedido que foi dentro do parque. Não podiam interditar aquela avenida durante as quatro noites de carnaval? Atrapalharia o trânsito? E por que a avenida principal foi fechada, se o carnaval estava programado pra ser na “Praça da Apoteose” e ali não era praça e sim avenida? Por que a avenida do centro pode ser fechada e a avenida do ginásio não podia? Por que ali naquela avenida havia três tendas e o povão lá no parque municipal embaixo d’água, sem uma lona sequer pra brincar na folia? Foi triste... foi feio... Quem foi lá, sabe que estou falando a verdade.
O que dói é que a produção estava ótima: Super palco, som e luz bem legais, banda boa, não havia decoração nenhuma, mas naquele charque, decoração era o de menos!
A segurança foi ótima, o serviço de bar funcionando, os banheiros dentro do ginásio (dez vezes melhores do que os fedorentos da praça): tudo perfeito. Na chuva a gente até se diverte: mas na lama, é crueldade demais!
Espero que nos próximos anos, os bailes populares tenham os mesmos direitos, cuidados e respeito que a “Praça da Apoteose” teve.
“Peléjando eu tava, Peléjando continuo”
Fernando Ortiz