terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mais um ano sem Pelé


Desde que em 1.994 – por minha sugestão e insistência – o prefeito Celso Rivello oficializou o dia 23 de outubro como o “Dia do Pelé”, desde então sempre sonhei com a cidade festiva nesta data. Sempre imaginei um dia inteiro de comemorações, festas e inaugurações. Um dia que a imprensa do Brasil inteiro viria até aqui ver o que Três Corações preparou para o aniversário do conterrâneo e rei, Pelé. Uma festa que nos primeiros anos seria bem modesta, mas já há 17 anos depois, poderia ser agora uma das maiores festas de Minas Gerais e por que não do Brasil!

Dizem na prefeitura – nesta e nas ultimas quatro administrações – que “penso grande demais, que deliro com o tema Pelé, que “viajo na maionese” e que sonho muito grande quando o assunto é Pelé”. Mas não sou eu que penso e sonho grande: são eles que pensam, sonham e agem pequeno. Pelé é muito maior do que tudo isso. Desde quando criamos a Lei há 17 anos, tenho pedido pra prefeitos comemorarem essa data que pode ser uma grande atração turística em nossa cidade. Em 17 anos de lei, apenas um único ano que essa comemoração existiu. Não sei o que acontece nos corredores do poder. Ignoram essa data e não ficam nem vermelhos!
Domingo passado Pelé completou 71 anos. E mais uma vez, nossa prefeitura não provocou NADA. Mais um ano passou e não quiseram comemorar a data. 

Quando Pelé falou em maio do ano passado que queria vir em Três Corações no aniversário da cidade lançar a pedra fundamental da Casa Pelé, eu tive a certeza -  e a doce ilusão - de que a partir daquele instante, a cidade despertaria para o turismo Pelé. Mas não: não fizeram NADA e nem me deixaram fazer. Entreguei meu cargo que tinha na prefeitura quando não andavam com o projeto nem me deixavam agir. Você leitor pode ter uma certeza: se eu estivesse à frente do projeto, se tivessem me deixado agir, a reforma da praça Pelé teria saído, a Casa Pelé estaria pronta, o Museu Pelé estaria a todo vapor, e outras ações em torno do nome e imagem do Pelé estariam acontecendo. Não fizeram, não fazem e não deixam ninguém fazer.

A casa Pelé ta lá, indo aos trancos e barrancos. Já passei várias vezes na porta: algumas vezes fechada por falta de material, outras por falta de pagamento ao pedreiro e os dois assistentes dele. O canal de TV ESPN Brasil esteve em nossa cidade duas semanas atrás, numa quarta feira, e pediram que eu os acompanhasse na obra da casa. Quando chegamos lá, às 10 e meia da manhã, não tinha ninguém trabalhando e o portão estava trancado com cadeado. Vizinhos disseram aos jornalistas que a casa estava fechada há uns 15 dias por falta de pagamento aos pedreiros. Jornalistas que são, entrevistaram diversas pessoas perguntando sobre este descaso e essa morosidade. O programa irá ao ar este sábado à noite, no ESPN Brasil. Mais uma vez, nossa cidade vai pagar mico nacional por descaso com as coisas relacionadas ao Pelé.

Que a casa vai ficar pronta antes dessa administração sair 31 de dezembro do ano que vem isso nós acreditamos. Mas por que se demora tanto pra fazer uma casa simples como aquela? Será que é pra ficar pronta só o ano que vem, ano de eleições municipais, na esperança de que Pelé venha pra inauguração e acabe sendo usado como cabo eleitoral deste ou aquele candidato?
Entra ano, sai ano, entra prefeito, sai prefeito, e o descaso continua: às vezes mais...as vezes menos.

Desde que estivemos com Pelé ano passado - além dessa casa (que mais parece a Basílica de Aparecida do Norte pela demora da construção ), nada mais ouvimos nem vimos sobre Pelé. A única atividade recente, foi uma barraca intitulada “Amigos do Rei” que montaram no Park Rock, juntos com as outras duas barracas de entidades, a APAE e o DST/Aids. 

Alguns amigos me falaram sobre uma nota que saiu num jornal aqui da cidade onde um contratado da prefeitura dizia algo tipo : “enquanto uns passam pela vida pelejando pelejando, nós fazemos”. Com certeza o recado foi pra mim, mas um recado sem pé e sem cabeça. Se estou Peléjando esses 17 anos, é por incompetência de administrações que nada fazem por Pelé. E se a casa Pelé está sendo construída, mesmo que aos trancos e barrancos, é por insistência minha.  Não tenho prazer em ficar “Peléjando”: eu queria que as administrações fossem mais ativas e menos rancorosas e fizessem - mas fizessem com vontade e dignidade. Não que ficassem nesse lero lero fazendo o tão pouco que estão fazendo, somente com finalidades eleitoreiras.
Mas , tudo na vida passa...e uma nova administração está por vir e com certeza, darão o tratamento digno que Pelé merece e até hoje não foi dado.

Meus parabéns ao conterrâneo Edson Arantes do Nascimento e se possível, perdoa nossa incompetência em AINDA não fazermos jus em sermos a cidade que viu nascer o Rei do Futebol.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Peléjando


Peléjando

Às vezes me pergunto como consegui ficar estes últimos 17 anos lutando insistentemente pelo Turismo Pelé em nossa cidade...
17 anos! Quase 5 administrações inteiras. Quase 5 prefeitos  ( Celso, Fausto, Gordo, Gordo e Fausto novamente). Quase 20 anos falando sozinho sobre a importância de darmos o devido valor ao Turismo Pelé, para alcançarmos um grande desenvolvimento em nossa cidade.
Não me ouviram... não quiseram desenvolver... não me deixaram desenvolver. Achavam que eu delirava” e sonhava alto demais. Até hoje dizem que sou “apressadinho”. A vida tem pressa...
Sei que o “se” não existe, mas “se“ tivessem iniciado o assunto Pelé anos atrás, hoje a situação com certeza seria outra. Fiquei profundamente frustrado quando funcionário desta atual administração QUASE vi o projeto deslanchar “com força” e justamente no ano que o homenageado completava 70 anos de vida! Esse “não fazer” me fez mal fisicamente. Essa angustia de ver que a prefeitura não fez nem me deixou fazer nada pra comemorar o aniversario do tricordiano Pelé me trouxe conseqüências físicas. Mas assim como Pelé, também tenho 3 corações no peito e agüento firme esses trancos todos!
O mico do aniversário de 70 anos vai ficar para sempre na nossa história, mas antes tarde do que muito tarde: a Casa Pelé vai se concretizar (isso se os 3 pedreiros que estão construindo a casa correrem!) e finalmente o turista terá o que ver quando aqui vier!
17 anos de peleja. Quem é próximo a mim sabe o quanto difícil foi e como difícil ainda é. Você enxergar além às vezes incomoda. Se você defende sua cidade, você é perseguido, é excluído, é cornetado.
17 anos é o tempo que estou Peléjando, não só com o assunto Pelé como também alguns descuidos que essas últimas administrações tiveram com nosso patrimônio (ponte dos boiadeiros, parque infantil, praça de esportes, mangueiras e Praça Odilon, parque municipal entre outros). Comecei a me atrever a escrever foi há 19 anos quando rabisquei meu primeiro manifesto no Jornal Três com o título de “Renovar é Preciso”. De lá pra cá não parei: escrevi em quase todos os jornais, sempre questionando as administrações, sempre falando a verdade. Levei muito “tapa na cara”; muito mais do que bati. Mas nunca desisti. A cidade pra mim sempre foi e será mais importante que vaidades humanas. Desde que comecei com essa história de Pelé já fui humilhado, trapaceado, já me puxaram muito o tapete, já caí demais... Algumas vezes custei a ficar em pé, mas como o tempo é senhor da razão, revigorado levantei, espanei a poeira e dei a volta por cima. Dizem que só falo mal e só aponto os defeitos das administrações. Realmente faço isso: falar bem, elas mesmos falam de si; e pagam caro por isso! Eu falo é pra defender a nossa cidade, não pra ofender quem quer que seja. Mas se dói neles é por que sempre falo a verdade!
Já tentaram – e por vezes até conseguiram – calar minha voz. Mas não há de ser nada: fecham uma porta, abro uma janela.
Recentemente fui acusado de mentiroso por um dono de jornal local. Quem me conhece sabe que estou com a verdade. Quem não conhece, basta pesquisar toda minha história e minhas manifestações públicas nesses últimos 17 anos: nunca faltei com a verdade e não seria agora, justamente na maturidade que iria começar a mentir. Também nunca me corrompi nem me vendi para política, para políticos nem pra nada. Já tive muitas oportunidades de ficar “puxando saco” de político para ter um cargo e me estabilizar na prefeitura, mas nunca o fiz nem o farei. Quando vou dormir, durmo com a consciência tranqüila por que vivo da verdade!
Sei que são inúmeras as pessoas que pensam assim como eu.
Por mim e por elas, termino hoje adaptando as sábias palavras de Mário Quintana:
“Todos estes que aí estão atravancando o nosso caminho, eles passarão. Nós passarinhos!”

Um abraço e até breve!
Fernando Ortiz


quarta-feira, 8 de junho de 2011

UM DIA A CASA SAI


Tenho ouvido falar sobre a reconstrução da Casa Pelé e antes que “periquito leve a fama”, achei por bem contar a verdadeira história de como tudo começou. Ouvi da Prefeitura, dizer que “engenheiros e técnicos da Prefeitura estiveram com a família Arantes do Nascimento – em Santos – para desenharem a Casa do Pelé através da memória de Dona Celeste, mãe do conterrâneo e Rei Pelé”.
Inverdade (pra não dizer mentira!): não foi essa administração que conseguiu o feito. Aliás, não foi administração nenhuma. O fato é que, depois de insistir com vários prefeitos e nenhum deles abraçar a causa, fui procurar por Marisa Sarrápio – jornalista e escritora tricordiana – que trabalhava na Associação Comercial e Industrial no ano de 2.006. Contato feito, todos os funcionários da ACITC se envolveram com o Projeto Pelé, em especial o então presidente Paulo Henrique Gonçalves (o Paulinho do Posto Hess; filho do Sr Oswaldo da padaria São Thomé). A idéia era a seguinte: como não existe registro fotográfico da casa onde Edson Arantes do Nascimento nasceu, propus à Associação Comercial patrocinar uma viagem à Santos, para conseguirmos através de depoimentos de dona Celeste, fazermos um resgate descritivo de como era a casa.
E lá fomos pelas curvas das estradas de Santos, aflitos e emocionados com a missão, eu, Paulinho e Débora Pimentel, arquiteta credenciada pela Associação Comercial à epoca.
Chegando lá, surpresa: além de Dona Celeste, Maria Lúcia (irmã do Rei) e Danielle (filha de Maria Lúcia e advogada nas empresas Pelé), estava também presente Tio Jorge - irmão caçula de Celeste - que também é tricordiano, nasceu e morou naquela casa até seus 14 anos de idade.
No início foi um pouco difícil porque, afinal, era uma volta de sessenta anos na história! Mas como somos todos mineiros, a conversa foi aquecendo e as lembranças vindo à tona! Foram três horas e meia de uma boa prosa onde, entre uma lembrança e outra, rimos muito das histórias de Tio Jorge, choramos com as lembranças emocionantes dos dois e, enquanto isso, a arquiteta Débora silenciosamente soltava os traços e fazia surgir as primeiras imagens da Casa Pelé. Além da parte estrutural da casa, foram relembrados móveis, utensílios, cores, enfeites e histórias, numa tarde agradabilíssima e emocionante para todos nós.
De volta à terrinha, Débora – cheia das informações – fez surgir em uma planta baixa, a casa onde nasceu Pelé!
Projeto pronto, apresentamos ao "prefeito de plantão" naquele ano de 2.006 que de cara descartou a idéia por “não gostar do Pelé”. A Associação Comercial se empenhou e foi procurar empresas na cidade que poderiam investir na reconstrução da casa. Os empresários estavam com a visão curta e nada fizeram!
Projeto arquivado – mas nunca esquecido – apresentei-o novamente ao atual prefeito. Consegui convencê-lo a adquirir o terreno onde Pelé nasceu para reconstruirmos a réplica da casa.  Ouvi de um cidadão (antes dele assumir uma secretaria nesta administração) que “iria reconstruir a casa sim, mas não naquele terreno, pois aquele terreno era contra mão. Vamos construir sim, mas em um local mais central, de fácil acesso”... Ora: se o único diferencial nosso é sermos berço do Atleta do Século, como mudar a casa de lugar? Seria o mesmo que tirar Jerusalém de lá e levar o local onde nasceu Jesus para o Vaticano – “mais central e de fácil acesso!”.
Eu disse uma frase ao prefeito e ele sabiamente tem usado-a, o que me deixa muito feliz: “estátuas, monumentos, museus... qualquer cidade do mundo pode construir pra homenagear Pelé. Mas a casa dele, no terreno onde ele nasceu, somente nós podemos ter”.
E assim foi (ainda bem que o surto do secretário não foi levado a sério!).
O atual prefeito abraçou a causa (afinal, na sua administração anterior ele havia perdido a oportunidade de fazer algo por Pelé. Essa era sua segunda e talvez última chance!). Pegou o projeto feito pela Débora Pimentel e passou ao então engenheiro da prefeitura, Gilmar Vilela. Gilmar aperfeiçoou o projeto e foi esse o que seria apresentado ao Rei (já me disseram que Karina Junqueira – arquiteta na prefeitura – também fez acréscimos ao projeto).
Ano passado, eu ainda funcionário da Prefeitura agendei o tão esperado encontro: prefeito de Três Corações com o tricordiano Pelé, apresentando um projeto viável, com verba do Ministério do Turismo e sem pedir nada ao Rei. Três de maio de 2.010 e lá estávamos em São Paulo. Pelé se emocionou com o projeto: ele nunca tinha visto como era a casa que havia nascido e aquele momento foi mágico. Tanto que ele disse que viria aqui naquele ano, no aniversário da cidade, lançar a pedra fundamental da casa. Seria um belo retorno, 27 anos após sua ultima vinda oficial, justamente no ano que ele completava 70 anos de idade!
Não conseguiram fazer a tal pedra, não avisaram para o Pelé nem pra família dele que o convite feito havia sido cancelado.
Por um misto de vaidade, incompetência e desordem, perdemos a chance de comemorar em grande estilo os 70 anos do Edson, Dico, Pelé!
Não me deixaram fazer (por ciúmes ou sei lá o que) e não fizeram. Não suportei o descaso: entreguei meu cargo. Não estava ali pra ser enfeite nem muleta de ninguém: ou o projeto Pelé era tratado com seriedade, dignidade e grandeza, ou, então, eu pulava fora. Pulei!
Agora estão dizendo que a casa sai. Coincidência ou premeditado, está para sair em plena (e velada) campanha eleitoral. Já estão até dizendo que Pelé vem neste 23 de setembro ( ano passado disseram o mesmo!). Não acredito que ele venha: o Dico não gosta de ser usado para fins eleitoreiros! Mas...
 
Escrevi este texto para trazer luz à verdade e narrar parte de  meus 17 anos de luta em prol do Pelé. Querem reescrever a história só pra ter o nome escrito em uma placa. Tenho dó! Mas nem me importo: não possuo o pecado da vaidade. Sei que se sair nesta administração, o que for relacionado a Pelé tem grande parte devido ao meu estado de “Peléjamento” de quase duas décadas.
Só gostaria de pedir que “os donos da placa e do poder” não se esqueçam de citar Paulinho Gonçalves e Giovanni Correa da Associação Comercial que DOARAM o projeto da casa para essa Prefeitura. E também da arquiteta Débora Pimentel, pois sem seus primeiros traços, nada disso estaria acontecendo!
Essa é a verdadeira história da Casa do Pelé. O resto é blá blá blá e jogada política!
 
Peléjando eu estava...
Peléjando continuo!
 
Fernando Ortiz
ortiz2008@gmail.com
http://tricordiano1.blogspot.com/

Renato Brito escreveu:

domingo, 29 de maio de 2011

Casa Pelé: Ideias pequenas, grandes Jogadas!


  Estátua do Rei Pelé, em Três Corações
   No último dia 16 de maio, a capa do jornal "Folha de São Paulo" destacou a conquista do Campeonato Paulista de Futebol pelo Santos. Dia bastante feliz para o Rei Pelé, um dos responsáveis diretos pela permanência do craque Neymar no clube. Em Três Corações, a boa luz prenunciadora do outono entrava pelas grandes janelas da Casa da Cultura e aquecia o ambiente, tranquilizando quase todos os servidores daquela secretaria. Valério Neder, o secretário municipal, era a exceção. Conhecido pelos arroubos autoritários desde que assumiu a pasta, ele tamborilava os dedos na mesa impacientemente, frustrado com o resultado da licitação para a reconstrução da “Casa Pelé”, o primeiro lar do tricordiano e brasileiro mais ilustre do mundo.

Um ano antes, no dia 03 de maio de 2010, Valério e Fernando Ortiz, seu assessor, juntamente com Faustinho e o Sérgio Auad, prefeito e vice, encontravam-se com Pelé em seu escritório na capital paulistana, para tratar do projeto. O Rei, bastante animado com a idéia, perguntou aos visitantes: “Será que a pedra fundamental fica pronta até o aniversário de Três Corações, no dia 23 de setembro?" Faltavam 143 dias para a data, os visitantes se riram, “mas é claro!”. "Então eu irei inaugurar a obra, entende? Está agendado”, prometeu o Rei.

Na viagem de retorno a Três Corações, Fernando era visivelmente o mais feliz com o resultado da reunião. Militante da “causa Pelé” há 17 anos, foi dele a iniciativa do projeto, cinco anos atrás. Cansado do descaso com que as administrações tricordianas vinham tratando o potencial simbólico do seu conterrâneo mais ilustre, em 2006 ele cooptou o apoio de Paulo Gonçalves, então presidente da Associação Comercial e Industrial local, e juntos eles foram a Santos apresentar o projeto para a mãe do Rei. Levaram consigo a arquiteta Débora Pimentel, que naquela visita fez os primeiros rascunhos da casa a partir das memórias de D. Celeste.

Cinco anos depois, agora com o aval do próprio Rei, Fernando rapidamente traçou os próximos passos do projeto. Sugeriu a Valério oferecer a obra da “Casa Pelé” a uma grande empreiteira, ao invés tentar erguê-la com dinheiro público. Cotidianamente, diversas empresas concorrem para ter a marca associada à imagem do maior jogador de futebol de todos os tempos. Ligar-se à sua memória às vésperas de uma Copa do Mundo é um excelente negócio. Com o homenageado comprometido a vir ao lançamento do empreendimento então? Apenas a mídia espontânea gerada pelo evento pagaria a empreitada, inicialmente orçada em aproximadamente r$ 230.000,00.

Para a festa de lançamento da pedra fundamental, Fernando criou o show “De Rei para Rei”, com patrocínio da Nestlé. Naquele ano, Roberto Carlos completava 50 anos de carreira, Pelé 70 anos de vida e a Nestlé 90 anos de existência. Com longa história em Três Corações, patrocinar a festa poderia interessar àquela empresa. Datas redondas, grandes nomes, ideias geniais, mas que tinham um grave defeito: não saíram da cabeça do vaidoso Valério, pecado capital na atual gestão da Casa da Cultura tricordiana. Ao que consta, a secretaria nunca tentou algo do gênero. “Quando apresentei as ideias, o pessoal da prefeitura riu da minha cara”, conta Ortiz.

Sem possibilidade de dialogar e insatisfeito com os rumos que o projeto tomava, Fernando entregou seu cargo. Faustinho tentou persuadi-lo permanecer com outras ocupações. Resposta: "Não to aqui pedindo emprego: ou cuido e faço pelo projeto Pelé ou vou para casa cuidar da minha vida!".

Livre das idéias “megalomaníacas” de Ortiz e sem parceiros maiores que o secretário de cultura a prefeitura conseguiu no Ministério do Turismo a verba para o projeto e abriu a licitação. Publicado no jocoso site da administração municipal e no glorioso “Diário dos municípios” o edital para a reconstrução da casa do brasileiro mais famoso do mundo atraiu 3 concorrentes. E foi vencido pela empresa de Márcio “Ribiti”, conhecido servidor da prefeitura tricordiana.

Como a lei de licitações brasileira impede a participação de empresas ligadas a servidores nos editais públicos, foi  preciso anular aquele processo e propor um novo. Emaranhado em pequenos interesses como esse, o lançamento da pedra fundamental da Casa Pelé ainda não aconteceu. Passou em branco a data reservada pelo Rei Pelé para revisitar sua cidade natal após 27 anos de ausência, e o aniversário de Três Corações em 2010 foi comemorado com o tradicionalíssimo desfile das fanfarras escolares.

No dia 16 de maio último, enquanto a imprensa esportiva mundial especulava se Neymar se tornará o novo Pelé, veio do setor de licitações da prefeitura tricordiana o grande drible da semana. O resultado do segundo edital de reconstrução da "Casa Pelé" foi publicado. Supostamente, agora encoberto pelo nome de um sócio, Márcio “Ribiti” venceu também a nova rodada, motivo da irritação de Valério naquela manhã de sol. Testemunhas contam que, sem saída, o secretário prometeu acompanhar com especial rigor cada etapa da obra, para evitar novos problemas. O que não significa que ele não seja solidário com as suspeitas em torno da legitimidade do processo. Ocorre que já não havia mais tempo para outra licitação de acordo com o cronograma da fonte financiadora do projeto, a prefeitura tricoronária precisou optar entre investigar a situação ou, finalmente, construir a "Casa Pelé". O resultado final do edital, aprovando a empresa suspeita, foi homologado no dia 30/05.

Terá sido essa a melhor jogada?

sábado, 14 de maio de 2011

A sede de sediar a Sede secou


 
Quem diria: o ET de Varginha ganhando do Pelé! O ser do outro planeta fazendo mais sucesso que o ser vivo deste planeta!
Pelé, para a nossa prefeitura, “não ta com essa bola toda não”.
A vizinha e experta Varginha fez panfleto, fez site, correu atrás, correu na frente: fez tudo o que podia e o que não podia pra ser sub sede da Copa de 2.014.
Venceram? Não. Mas tentaram. Até o fim! Lutaram com unhas e dentes... Por fim, resolveram até usar nossa cidade como trampolim: “ Varginha fica há apenas 30 km de Três Corações, terra do Rei Pelé”, diziam e publicavam na mídia.
Mas infelizmente não deu certo. Uberlândia, Araxá, Extrema, Juiz de Fora, Matias Barbosa e Montes Claros venceram.
Varginha não venceu: mas lutou, provocou, gritou , esperneou... Fez de tudo por um sonho. “Eita povo guerreiro...
O “doido” nessa história foi a atual administração de nossa cidade ACHAR e DELIRAR de que teríamos chances... Só rindo!
Como sub sediar uma seleção se nem estádio temos direito, e o que tem, não tem o nome de Pelé? Fico imaginando os gringos perguntando: “Quem ser Elias Arbex? Ser paurenthe di Pele?”. Desse “mico” a prefeitura nos livrou!
Como sub sediar uma Copa? Onde estão as obras prometidas desde o início do ano passado ( a Casa Pelé, o Museu Pelé, a reforma da praça que tem o apelido de Praça Pelé...)?
Desde 8 de maio do ano passado até hoje, nem a pedra fundamental da Casa onde Pelé nasceu a prefeitura conseguiu fazer. E olha que o Rei falou na nossa cara: “será que até 23 de setembro quando irei lá, dá pra eu lançar a pedra fundamental da casa?”  Não deu. Até hoje não conseguiram fazer nem a pedra fundamental. Tsck...tsck...tsck... Lamentável!
Disseram que eu era apressado, afoito, muito acelerado e que as coisas devem ser feitas com c...a...l...m...a...
Se eu sou acelerado, eles são o que? Lesados? Que calma é essa que leva quase um ano pra fazer uma pedra fundamental (uma mísera pedra) e não conseguem nem isso?!
É... com a atual administração perdemos o sonho de ter Pelé em nossa cidade o ano passado, ano que ele completou 70 anos de vida e que ele mesmo disse que queria vir ( mas a prefeitura não teve capacidade de trazê-lo).
Com a atual administração, conseguimos perder a remota possibilidade de sub sediarmos uma seleção em 2.014.
A única coisa que a prefeitura fez “a olhos nus” foi colocar uma placa ENORME na praça Cel José Martins ( aquela que tem o apelido de Praça Pelé!) dizendo que ali é a praça Pelé ( se não tivesse a enorme placa, ninguém saberia!), placa essa que tampa a visão da estátua. Não bastasse a placa e entre as “grandes melhorias” que vão fazer ali, agora resolveram colocar uma luz por trás da estátua ( por trás???), luz essa que, segundo amigos e populares, cega quem olha para a praça!
Realmente, nossa cidade parece piada!!!
Além do título de cidade do “lá tinha”, parece que agora entraremos em uma nova era: a cidade do QUASE teve!

Triste, me despeço!
Abraço meu a quem me leu!

Fernando Ortiz

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O Parque e a Praça

Como as coisas em nossa cidade são difíceis, meu Deus!
Vejam só o Parque Infantil: fechado há seis meses! Meio ano aquilo lá parado, sem vida, sem brinquedos, sem crianças, sem ninguém: sem nada!
Como é possível uma cidade que não respeita as crianças, que tira delas aquele local encantado e mágico que sempre foi aquilo lá? Por que se demora TANTO pra fazer a tal reforma anunciada? Por que não fazem (nem fizeram até agora) melhorias para pelo menos disfarçar um pouco, até que as obras REALMENTE aconteçam? O Parque sempre foi um espaço democrático de diversão para as crianças de todas as classes e raças; todas as crianças, com ou sem opções de lazer. Um paliativo deveria ter sido providenciado nesses seis meses de fechamento. É muito tempo pra ter um patrimônio daquele fechado e com aparência de abandonado...
Não bastasse o Parque Infantil, a nossa Praça de Esportes também fechada, trancada e abandonada desde a Copa do Mundo do ano passado, ou seja, nove meses. Isto mesmo - pasmem: uma gestAÇÃO! Ou seria falta de gestão? Como pode se permitir que um centro de esportes daquele esteja fechado por qualquer motivo que seja? Não faz sentido: passou o verão inteiro fechado, para voltarem às atividades quando? Havia problemas graves acontecendo lá dentro? Sim. Mas trancar e proibir o acesso é o mesmo que o prefeito anterior fez: ao invés de podar as palmeiras, mandou arrancá-las! Ou seja: mudam os administradores, mas o pensamento pequeno é o mesmo!
O que é isso? Por que esse descaso e abandono? Vão consertar, vão reformar, vão melhorar? Claro! (espero que sim). Mas por que demoram tanto? Por que não pedem apoio às indústrias, aos empresários, ao Exército, à população ou ao Bispo da Campanha? Por que ficam só esperando verba Estadual, Federal ou sei lá o que, e enquanto isso, as crianças e os jovens ficam sem opções de esporte e lazer?
Há quem queira “transformar” a Praça de Esportes em Centro Cultural. Não consigo entender por que destruir o que já existe pra fazer algo diferente (por mais interessante que seja).
Muito doida nossa cidade... Já teve gente que quis passar uma avenida com viaduto dentro do Parque Infantil. Depois, o louco sou eu que quase fui crucificado pela pintura do muro do Bueno Brandão...
Acredito que a atual administração vá realmente dar uma solução para os problemas do Parque Infantil e da Praça de Esportes. Pena que demoram tanto!
Mas com certeza até o ano que vem tudo deverá estar resolvido. Afinal, 2.012 é ano eleitoral, e aí, as obras acontecem!
Por mim, deveria ter eleição de dois em dois anos: é quando grande parte dos problemas de uma cidade são solucionados. Ou pelo menos, paliativamente sanados.
Eternamente esperançoso e peléjando porque amo minha cidade natal e queria vê-la menos bagaçada, me despeço...
 
Um abraço meu a quem me leu!
Fernando Ortiz

segunda-feira, 4 de abril de 2011

A Ponte dos Boiadeiros caiu...
... é mentira!
Mas um dia, muito em breve, será verdade!

Não estou acreditando: vamos assinar atestado de incompetência e descaso por não conseguirmos salvar uma ponte que faz parte da história de nossa cidade? Os italianos conseguem manter uma torre torta há séculos e nós não conseguimos segurar uma pequena ponte que está caindo... Caindo a olhos nus. Diariamente. E ninguém faz nada.
Dizem que a culpa é falta de verba. Pra mim, o que falta é verbo.
Que a prefeitura não tem verba pra obra de recuperação da obra, isso é óbvio. Falta é verbo para correrem atrás de emendas, fundos perdidos, apoio da iniciativa privada e da população. Faltam interesse e vontade política para que a ponte seja salva.
Por que não procurar o Exército e pedir ajuda ao Departamento de Engenharia e Construção (DEC)? Por que não fazer “uma vaquinha” com empresários e população e salvar a coitada da ponte? É caro? É complicado? Onde estão os orçamentos? Quem já os fez? O Zezinho Guerreiro afirma que com no máximo 50 mil ele ergue a ponte. Por que não acreditar nele?
Como os vereadores que passam todos os dias por ali não se comovem ao verem parte de nossa história indo por água abaixo?
Sei que existem coisas para serem feitas em nossa cidade tanto quanto ou mais importantes do que “salvar uma velha ponte”. Mas ela é nossa história; gostando ou não, concordando ou não, a Ponte dos Boiadeiros faz parte da história de Três Corações.
Estava “fuçando” em meus alfarrábios e vi um texto que publiquei em jornais e li nas rádios no ano de 2.001 pedindo socorro pra ponte. Desde lá venho tentando com os prefeitos para que eles deem um jeito naquilo lá. Mas parece que, por não serem nativos, não se incomodam com o desabamento de nossa história...
Por favor: respeitem nosso passado. Tentem. Inventem. Arregacem as mangas. E não deixem a Ponte dos Boiadeiros ser literalmente tombada.

“Peléjando eu tava
Peléjando continuo!”

Fernando Ortiz
ortiz2008@gmail.com

sexta-feira, 18 de março de 2011

Carnaval 2.011: o povo ficou na lama


Achei que alguém iria escrever ou falar nas rádios, mas pelo que sei ninguém se manifestou a respeito: o carnaval preparado para “os populares” ao lado do Ginásio Pelezão (EX-Vilelão) foi um fiasco. Foi péssima a atitude de colocar o povão pra se divertir literalmente a céu aberto, num pasto de grama e com o tempo chuvoso. Desde antes de começar a folia carnavalesca, já se notava que o carnaval que a prefeitura preparava para “o povão” (ou povinho, ou povo, ou galera, ou geral, ou a massa, ou sei lá o que...) seria um desastre. Uma falta de atenção e cuidado para a grande parte da população que, assim como eu, gosta de baile carnavalesco com banda, que ouve samba e músicas de carnaval, mas que também gosta dos axés, pagodes, funks e os hits “vou-não, quero-não, posso-não ” da vida. Fomos cruelmente prejudicados com esse espaço carnavalesco preparado para nós. Achei que fossem providenciar pelo menos uma enorme lona de circo, ou então tendas assim como as diversas espalhadas na praça central. Não: ficamos exposto ao tempo. Lastimável!  No primeiro dia de carnaval, não ouve baile: o público, em forma de protesto, não compareceu pra se divertir naquela situação humilhante.  Nos outros três dias,  o público era  bem pequeno melhorando somente na terça feira, último dia do carnaval. Eu estava lá: uma judiação. Como não tinha outro jeito, o negócio era dançar na lama. E só no outro dia fui perceber : a lama fedia!
Durante todos os dias de carnaval e ate hoje, chegam a mim inúmeras pessoas que se sentiram humilhadas com essa festa popular preparada pela prefeitura no Parque Dondinho. Muita gente - mas muita gente mesmo – se manifesta inconformada com o descaso.
Um mês antes do carnaval TODOS já sabíamos que a festa seria embaixo d’água: por quer então não fizeram no estádio de futebol - como já foi feito anos atrás - com lona de circo, seguranças, decoração e tudo o mais? Já que dentro do ginásio não pode haver festa por causa do piso novo, por que então não colocar o palco na porta do ginásio, de frente pra rua e o povo “rasgando” no meio do asfalto? Mesmos que não tivesse cobertura e ficássemos na chuva, pelo menos o piso é mais resistente do que aquele pasto fedido que foi dentro do parque. Não podiam interditar aquela avenida durante as quatro noites de carnaval? Atrapalharia o trânsito? E por que a avenida principal foi fechada, se o carnaval estava programado pra ser na “Praça da Apoteose” e ali não era praça e sim avenida? Por que a avenida do centro pode ser fechada e a avenida do ginásio não podia? Por que ali naquela avenida havia três tendas e o povão lá no parque municipal embaixo d’água, sem uma lona sequer pra brincar na folia? Foi triste... foi feio... Quem foi lá,  sabe que estou falando a verdade.
O que dói é que a produção estava ótima: Super palco, som e luz bem legais, banda boa, não havia decoração nenhuma, mas naquele charque, decoração era o de menos!
A segurança foi ótima, o serviço de bar funcionando, os banheiros dentro do ginásio (dez vezes melhores do que os fedorentos da praça): tudo perfeito. Na chuva a gente até se diverte: mas na lama, é crueldade demais!
Espero que nos próximos anos, os bailes populares tenham os mesmos direitos, cuidados e respeito que a “Praça da Apoteose” teve.

“Peléjando eu tava, Peléjando continuo”
Fernando Ortiz

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Pelé, Niemeyer e a Ponte dos Boiadeiros

Mais uma vez, Pelé na boca do povo: mês passado saiu em todos os canais de televisão: “Oscar Niemeyer cria monumento que será erguido em frente ao Museu Pelé, que está sendo construído no centro de Santos”. Orçado em 20 milhões de reais, o museu ficará pronto em 2.012. E isso não é papo furado não: as obras estão a todo vapor mesmo. Deu-me uma tristeza imensa ao ouvir essa notícia. Afinal, o professor Niemeyer já havia dito que faria “sem custos” o projeto para o museu Pelé aqui em Três Corações. Aliás, ele já falou isso algumas vezes... Já teve comitiva que voltou com um bilhete onde o mestre da arquitetura se comprometia a desenhar o museu. Em 1.994 também tive o privilégio de me encontrar com Niemeyer em seu escritório na Avenida Atlântica no Rio. Ele sempre manifestou interesse em projetar a obra, mas desde aqueles tempos, a prefeitura e pessoas vaidosas atrapalhavam as negociações, “colocando areia” em qualquer possibilidade de termos uma obra do genial arquiteto. Nesses 16 anos de Peléja, ouvi de alguns asnos ignorâncias tipo “Pelé não é turismo aqui em nenhum lugar do planeta” e recentemente essa “ aquele terreno onde Pelé nasceu não é o ideal pra reconstruir a casa dele: vamos reconstruir sim, mas em um local mais central, de acesso mais fácil”. E assim caminha a humanidade (ou melhor, não caminha!).
O resultado desse descaso todo está aí: cidade parada, sem turismo, sem nada! No Monumento ao Tri erguido em 1972 na Praça Cel José Martins, vulga Praça Pelé, 38 anos depois de inaugurado, conseguiram um grande feito: iluminaram a estátua. VIVA: nem tudo está perdido! Tiraram Pelé do breu...
Mas o assunto hoje é outro... Não vou ficar mais sofrendo pelo “não acontecer” das coisas de Pelé aqui. Administrações passam (ainda bem!) e o sonho continua. Vai que uma hora dá certo, certo?
Você deve estar se perguntando: ”- uai... e o que faz essa Ponte dos Boiadeiros no título deste texto?”. É simples: penso que talvez usando o nome de dois gênios no início, os políticos se interessem pela matéria e ACORDEM para aquela ponte que está desabando a olhos nus.
Aquele patrimônio histórico com seus 86 anos de vida está – a cada dia que passa – empenando, trincando, pronto pra desabar. Desde 2001 escrevo, falo em rádio, peço aos políticos pedindo socorro. Em 2.003 montamos uma comissão que também recebeu promessas políticas, e nada. Achei que com a transferência da Câmara Municipal para aquela vizinhança, os vereadores se incomodariam com o descaso da ponte e se uniriam para tentar salvá-la. Achei...Parece que o patrimônio histórico não interessa muito a ninguém.
Êêêêê  Três Corações complicada!
Fernando Ortiz
ortiz2008@gmail.com